Arnaldo Rabelo

26 novembro 2008

Pesquisa do Ibope prevê um Natal racional

Mulheres garantem que não vão estourar o orçamento diante dos apelos das vitrines do varejo

Nas próximas semanas elas sairão às compras. Muitas, munidas de 13o salário, serão as principais responsáveis pela movimentação da economia no período mais pródigo para o varejo em todo o ano. Entretanto, sob a influência psicológica da crise global, elas juram que irão se controlar - será mesmo? -, agindo racionalmente. Pelo menos foi o que disseram as mulheres brasileiras ao Ibope, que ouviu 550 delas nos dias 12 e 13 deste mês em seis capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Brasília. As entrevistadas, maiores de 16 anos, pertencem às classes A, B, C e D.

A respeito de seu comportamento na hora de decidir sobre as compras de Natal, a maioria garante que o principal parâmetro para os gastos será o "tamanho do bolso": 68% prometem ficar dentro do orçamento. Além disso, outras 17% pretendem fazer um planejamento prévio para usar a razão quando estiverem nas lojas. Somente 13% confessam que vão agir como mandar o coração, estando mais suscetíveis ao poder de conquista das vitrines.

Imbuída desses propósitos, a maior parte delas (42%) acredita que o Natal será mais magro do que o do ano passado, embora um terço (34%) preveja um cenário igual e ainda haja quem creia em melhora (21%).

Segundo o estudo, a categoria de produtos mais privilegiada na intenção de compra atual é a de vestuário. Na outra ponta, há previsão de diminuição no consumo de alimentos não básicos, como chocolates e sorvetes. O risco é menor para as categorias que costumam gozar de estabilidade, como as de higiene pessoal (xampu e sabonete).

Outras conclusões importantes do levantamento são que há um "otimismo prudente" quando as mulheres olham para 2009, especialmente porque a crise global ainda não chegou ao seu bairro, à sua rua, ao seu quintal. Enquanto 45% delas prevêem um ano melhor e 29% dizem que será muito melhor, apenas 11% esperam piora e 2% estão extremamente pessimistas, dizendo que será muito pior. Outras 15% acreditam que 2009 será igual a este ano. Para 47% das entrevistadas, os brasileiros vão continuar melhorando de vida, mas 35% supõem que a vida das pessoas pare de melhorar. Apenas 13% crêem em piora.

A pesquisa do Ibope, encomendada pela agência 141 SohoSquare, buscou ir além de simplesmente retratar a intenção de compra para o período natalino. Quis entender melhor como as mulheres - público de maior poder de decisão sobre o consumo - estão digerindo os intensos acontecimentos de 2008, como o aumento do poder aquisitivo da classe C brasileira, a temida crise financeira mundial e as eleições das quais participaram, para escolha dos governantes das suas cidades e também aquela a que apenas assistiram, encerrada com a escolha de Barack Obama para a presidência do país de maior influência global.

Com relação a esse último tema, por exemplo, 68% das entrevistadas acreditam que a troca de ocupante na Casa Branca será positiva para a economia brasileira.

Fonte: Meio&Mensagem - 25/11/2008

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