A maioria
da população, entre 18 e 65 anos, está otimista e planeja as próximas compras. A
percepção, em todas as classes de renda, é de que a vida melhorou e que vai
melhorar ainda mais nos próximos 12 meses. E na lista dos objetos de desejo, o
topo é ocupado por celular, televisão e carro.
O
brasileiro, em geral, é otimista, mas uma pesquisa realizada pela Data Popular
no terceiro trimestre mostra que o grau de satisfação está bem alto. "A classe A
é mais otimista quando perguntamos sobre o último ano e a as classes C e D
apostam mais no futuro", diz Renato Meirelles, sócio-diretor da
consultoria.
Para 93%
da população entre 18 e 34 anos, em todas as faixas de renda, o futuro próximo é
cor-de-rosa. O percentual também chama atenção entre os brasileiros de 35 a 49
anos (91%) e 50 a 65 anos (84%). Foram ouvidas 4 mil pessoas, nas ruas de 71
cidades, nas cinco regiões do país. E com 100 pessoas foram feitas entrevistas
mais longas, informou Meirelles.
O otimismo
tem fundamento: a renda
continua subindo, o desemprego está baixo e há sinais de que o ritmo de expansão
da economia em 2013 será maior. O economista Luiz Carlos
Mendonça de Barros, estrategista-chefe da Quest Investimentos e ex-ministro das
Comunicações, disse recentemente que a renda média do brasileiro terá crescido
4,5% ao ano, entre 1994 e 2014, quando termina o mandato da presidente Dilma
Rousseff. A presidente tem justamente ancorado a estratégia de expansão da
economia com estímulos ao consumo - de carros de passeio a fogões, geladeiras e
máquinas de lavar roupa, por exemplo.
O
consumidor tem respondido. A estimativa dos fabricantes de veículos é de um
crescimento de 5% nas vendas deste ano, em relação a 2011. O presidente da
Electrolux na América Latina, Ruy Hirschheimer, disse recentemente ao Valor que espera um Natal com vendas entre 8% e
10% maiores no país.
Fabricantes
de produtos de higiene, cosméticos, limpeza doméstica - como a brasileira Natura
e as multinacionais Unilever e Procter & Gamble - já vêm registrando
expansão nas vendas e anunciaram resultados expressivos no terceiro trimestre no
país. E mesmo as varejistas
de moda - Renner, Arezzo e Marisa, por exemplo -, que haviam mostrado balanços
mais fracos no segundo trimestre, voltaram a mostrar desempenho vigoroso de
julho a setembro. A inadimplência do consumidor, cuja taxa
chegou a inibir novas compras neste ano, dá sinais de recuo. "Sentimos que a
renda continua a crescer e a inadimplência está
caindo", disse José Galló, em teleconferência com analistas na
quarta-feira da semana passada.
Para os
próximos 12 meses, segundo a pesquisa da Data Popular, a maior parte dos
consumidores planeja comprar telefone celular, TV ou carro.
Os objetos
de desejo variam conforme a faixa etária, mas não muito. Viagens pelo Brasil e
para o exterior, notebooks e tablets aparecem nos planos de intenção de compras
dos consumidores de todas as idades, em maior ou menor grau.
Fonte:
Valor - 07/11/2012
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