A equipe econômica tem consciência de que a principal variável que tem puxado a inflação para cima não está no fato de que os brasileiros andam consumindo mais. O consumo interno aquecido, por sinal, é a variável-chave que sustenta os sucessivos recordes na geração de empregos formais.
O nó inflacionário tem origem no choque nos preços das commodities, como são conhecidos os produtos cujo preço é fixado nas maiores bolsas do mundo, a começar pela Bolsa de Mercadorias de Chicago. Anda forte a procura por soja, milho, açúcar e até mesmo o café, tendência sustentada pelo afluxo de novos consumidores no Brasil, mas principalmente na Índia, China e outros asiáticos. A atual bonança dos agricultores brasileiros, por sinal, deixa entrever que o País também se beneficia desse momento.
O economista João Sicsú, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), chegou a expressar em público a perspectiva de fato dominante em Brasília. "Não me parece que temos pressões inflacionárias decorrentes da demanda excessiva. O que acontece é que alguns preços internacionais estão subindo. Isso é bom porque significa mais renda para o setor agrícola e mais dólares para a balança comercial brasileira, mas também representa um pouco mais de inflação", afirmou o economista, professor licenciado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O próprio ministro Mantega, em mais de uma ocasião, garantiu que o ritmo da economia já estava, desde o terceiro trimestre do ano passado, em um nível próximo dos desejáveis 5% ou 6% ao ano, limite também chamado de PIB potencial, estimado em 5% anuais, andamento que permitiria à economia crescer sem gerar pressões nos preços via demanda.
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Fonte: Meio&Mensagem - 10/02/2011
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Arnaldo Rabelo
11 fevereiro 2011
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