Arnaldo Rabelo

16 abril 2010

Economia cresce e já aponta para PIB recorde

Esta notícia do Valor Econômico chamou a minha atenção pelo contraste com o que tenho observado de perto em vários setores, que ainda sofrem com a baixa demanda e economia lenta.

O problema é que o reaquecimento da economia não se dá por igual. Alguns setores, como o de automóveis e linha branca (que tiveram isenção temporária de IPI), assim como o da construção civil e commodities, estão tendo maior impulso. Bens de consumo voltados ao público de baixa renda também estão em um momento melhor.

Outros setores ainda amargam dificuldades. Porém, tudo indica que terão melhores resultados no segundo semestre. Problemas de competitividade, como baixa diferenciação, baixo investimento em pesquisa&desenvolvimento e marketing, também são comuns, interferindo negativamente no resultado de muitas empresas.

A notícia segue abaixo.

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A economia brasileira manteve no primeiro trimestre do ano o ritmo acelerado com que encerrou 2009. O crescimento expressivo da produção industrial e do varejo em fevereiro, segundo analistas, indica que o Produto Interno Bruto (PIB) no período avançou 2%, equivalente a uma taxa anualizada de 8,4%. Dessa forma, as previsões sobre o comportamento do PIB no ano estão sendo constantemente elevadas e agora já chegam a ultrapassar os 7%. Se a previsão se confirmar, será o maior crescimento desde os 7,49% de 1986, na vigência do Plano Cruzado.

Os dados de vendas no comércio varejista em fevereiro superaram de longe a expectativa do mercado, que trabalhava com uma expansão inferior a 1% sobre janeiro, mas viu uma alta de 1,6%. O próprio número de janeiro foi revisado para cima, de 2,7% para 3%. O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, diz que "todos os dados vieram acima das projeções", o crescimento foi disseminado e sua aceleração é "inequívoca".

No caso do varejo ampliado, que inclui veículos, peças e materiais de construção, o crescimento atingiu 2,1% em relação a janeiro. Tudo indica que, em março, as vendas de automóveis tiveram mais um desempenho expressivo, com o fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Segundo os números da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave), o licenciamento de automóveis e comerciais leves cresceu 18,6% sobre fevereiro, na série com ajuste sazonal calculada pela LCA Consultores.

O economista Fernando de Paula Rocha, da JGP Gestão de Recursos, calcula que se o país não crescer mais nada até o fim do ano, apenas com o registrado no primeiro trimestre e o que herdou de 2009, o PIB crescerá 4,8%. "Isso, é claro, não vai acontecer", diz. "Se o crescimento recuar de 2% para 1% entre o primeiro e o segundo trimestre e oscilar nessa faixa até dezembro, o PIB avançará 6,4%. Uma alta superior a 6% é muito fácil de ser alcançada".

O aumento do consumo motiva os analistas a projetar elevações de preços, já em alta no primeiro trimestre devido a fatores sazonais, e a aguardar uma elevação mais agressiva dos juros na próxima reunião do Copom.

Fonte: Valor Econômico - 15/04/2010

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