Arnaldo Rabelo

28 abril 2009

Vendas de artigos de luxo vão recuar 10% em 2009, mostra estudo

O mercado de bens de luxo também dá sinais de que será afetado pela crise financeira. As vendas globais de produtos de luxo devem encolher em torno de 10% neste ano, para 153 bilhões de euros (cerca de US$ 200 bilhões), segundo pesquisa da consultoria Bain & Company.

Só no primeiro semestre deste ano, as quedas devem ficar em torno de 15% e 20%, de acordo com o "Worldwide Luxury Goods Market" ("Panorama Global do Mercado de Artigos de Luxo", em inglês). A partir do segundo semestre, o mercado deve se estabilizar, aponta o estudo.

Entre as principais categorias de artigos de luxo, o vestuário sofrerá o maior impacto, com uma redução de 15% nas vendas, enquanto o comércio de joias e relógios cairá 12%. Cosméticos e perfumes de luxo podem manter o nível de vendas de 2008, registrando um faturamento somado de 40,8 bilhões de euros.

"O declínio deste ano está afetando tanto as empresas de bens de luxo de primeira linha quanto as que oferecem produtos de menor preço", afirma a autora do estudo Claudia D'Arpizio. "Os consumidores de artigos de luxo estão gastando menos, viajando menos e se sentem menos confiantes."

Os mercados de luxo de Américas, Europa e Japão --que respondem por 80% do comércio no setor-- terão quedas de 10% a 15%. Mercados menores são mais promissores, com projeção de crescimento de 7% na China e 2% no Oriente Médio.

O estudo aponta tendências diferentes entre os níveis de consumidores do mercado de luxo. O público de recém-ingressados no mercado de luxo --chamados de consumidores de "luxo acessível"-- optam por artigos mais baratos das linhas de produtos, enquanto os mais ricos valorizam a qualidade dos produtos e sua durabilidade ao invés do preço.

Contudo, diz a pesquisa, "em todos os segmentos de luxo, consumidores agora esperam obter descontos maiores ao fim da estação ou procuram descontos nas lojas de departamentos e outlets".

O Worldwide Luxury Goods Market, publicado desde 2000, analisa todos os anos o mercado e o desempenho financeiro de 200 das mais importantes empresas e marcas de luxo do mundo.

Fonte: Folha de S. Paulo - 27/04/09

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