Arnaldo Rabelo

27 março 2009

Visão do cenário econômico brasileiro

No dia 24 de março estive no seminário de negócios "Hong Kong - Foshan: seu parceiro para ter sucesso na China". Achei interessante o fato da China estar expandindo a função comercial de Hong Kong para a cidade vizinha de Foshan, com uma grande infra-estrutura.

Uma das apresentações que me chamou a atenção foi a do Sr. André Loes, economista chefe do HSBC Brasil. Ele traçou um cenário sobre a situação econômica atual do país. Seguem abaixo os principais pontos.

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Ele estima que o PIB mundial encolherá 1,4% neste ano e crescerá 2,2% em 2010. O Brasil deverá crescer quase nada este ano: 0,1%. Para o ano que vem, é previsto um crescimento de 2,6% no PIB.

Loes diz que a situação do Brasil é favorável, já que o aumento no desemprego é relativamente baixo, houve crescimento real da renda (19% desde janeiro de 2005) e a crise quase não terá efeito sobre a riqueza total do país.

Algumas características estruturais do país estão por trás disso:
- baixa exposição ao comércio internacional;
- grande participação do Estado na economia;
- a solvência externa não é mais um problema (relação da dívida externa com as reservas).

Ele também prevê que o dólar cairá um pouco até o final de 2009.

Um dos principais problemas hoje é a contração do crédito e suas consequências (queda na receita fiscal, aumento do desemprego, etc.).

O consumo das famílias representa cerca de 60% do PIB. Este é um ponto muito afetado pelo nível de confiança do consumidor na economia.

Há espaço para queda nos juros. Espera-se que até julho já esteja em cerca de 9%.

Diferente dos países do primeiro mundo, o Brasil deverá sair da crise com seu sistema financeiro intacto.

O estímulo à economia via política monetária será mais importante que o estímulo via política fiscal.

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