Arnaldo Rabelo

30 novembro 2008

Estratégia online de Obama

A eleição presidencial americana foi histórica, mas não só porque levou à Casa Branca o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. A campanha eleitoral de Barack Obama foi a primeira que usou fortemente os novos recursos da internet para ganhar visibilidade, reunir simpatizantes ao candidato e angariar recursos. O mesmo pode ser feito para uma marca, um produto ou uma empresa. A internet já é um dos principais meios de relacionamento com o público da maioria das empresas, mesmo no Brasil.

A campanha presidencial não utilizou apenas um website convencional. Ela incluiu blogs e redes sociais, as quais agrupam e permitem a interação de muitas pessoas com objetivos comuns. Uma das redes sociais online utilizadas foi o Facebook. Criada em 2004, se tornou uma das maiores do mundo. Nela, formou-se um grupo que teve como missão reunir um milhão de simpatizantes de Obama. Lançado no dia 16 de janeiro de 2007, conseguiu mais de 100 mil participantes já no dia 25 do mesmo mês.

A última revista Isto É Dinheiro (de 28/11/08) tem uma matéria interessante sobre o uso de recursos online na campanha de Barack Obama. Veja abaixo um trecho:

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Desde que começou a ficar mais conhecido, uma mania de Barack Obama veio à tona: a dependência do seu BlackBerry. Não foram raras as vezes em que o então candidato à Presidência dos EUA apareceu manuseando o seu inseparável smartphone. O que no início foi visto como um sinal de arrogância se tornou um dos seus maiores trunfos para vencer a disputa eleitoral. Ao mesmo tempo que participava de comícios, Obama comandava remotamente uma bem-sucedida campanha no universo virtual. Criou um perfil no Facebook, abriu canais de coleta de fundos pela rede e passou a postar diariamente mensagens no Twitter, uma espécie de miniblog, novo fenômeno da internet. Minutos depois de eleito, o novo presidente dos EUA deu sinais de que a internet continuará no centro de suas ações e que a Casa Branca será mais hi-tech do que nunca. Isso, é claro, se a burocracia americana permitir.

De acordo com as normas dos EUA, assim que assumir sua cadeira presidencial, Obama terá de abandonar todos os equipamentos de acesso a e-mails. A medida faz parte dos termos do Presidential Records Act, que cuida da segurança e do controle público das mensagens eletrônicas que chegam à Casa Branca. Por enquanto, o candidato eleito não foi comunicado oficialmente da regra. Mas tudo indica que o homem do slogan "Change has came to America", que em português quer dizer "A mudança chegou à América", pode se tornar o primeiro presidente da história do país a manter uma conta pessoal de e-mail. A quebra de paradigma tem sido uma constante em sua caminhada rumo à Casa Branca. Antes mesmo de sua primeira coletiva de imprensa como novo presidente dos EUA, lançou um site focado no período de transição com o governo de George Bush. E, antes mesmo de instalar seus pertences no Salão Oval, tomou posse de um dos atributos oficiais do poder: a extensão de internet ".gov". A página www.change.gov é o novo escritório virtual do presidente eleito e, provavelmente, se fixará como o futuro site do governo. O azul-celeste e a imagem quase angelical de Obama, que ilustravam sua página eletrônica durante a campanha, a www.barackobama.com, foram substituídos por um tom mais sério e discreto, mais condizentes com a imagem de um estadista. O formato, no entanto, é o mesmo de um blog. O que chama mais atenção é o fato de o presidente ter escolhido outro site para hospedar o videodiscurso de quatro minutos gravado logo após sua vitória, o YouTube. Uma escolha técnica que quebra a tradição do modelo usado por governos do mundo inteiro, inclusive o dos EUA. Em geral, as páginas de internet oficiais apresentam vídeos em formato que não permitem ao internauta os copiar ou veicular em outros blogs. Obama, que teve sua campanha impulsionada pelo marketing viral dessas redes sociais, decidiu liberar o uso de sua imagem.



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Veja a matéria completa aqui.

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