Arnaldo Rabelo

11 fevereiro 2008

Após vender a Arisco, Júnior cria gigante de consumo

Quando vendeu a Arisco para a Best Foods (hoje Unilever), há oito anos, o empresário João Alves de Queiroz Filho, o Júnior, poderia se aposentar. Na ocasião, embolsou quase meio bilhão de dólares.

Mas Júnior, um sujeito ambicioso e discreto, quis ir além. Desde aquela época, a idéia era criar a maior empresa brasileira de bens de consumo, o que ele está tentando fazer agora.

Em 2002, ele começou uma nova empresa ao assumir uma fábrica de lãs de aço. Com uma barulhenta campanha de lançamento, a marca Assolan chegou ao mercado no momento em que a sua principal concorrente, a Bombril, vivia o auge da sua crise financeira. A Assolan incomodou a rival, que era sinônimo da categoria, e hoje tem cerca de um terço das vendas.

Júnior têm um gosto especial pela construção de marcas desconhecidas ou relegadas. Boa parte do sucesso da Arisco se deu graças a uma estratégia agressiva de marketing - a apresentadora Xuxa, hoje amiga de Júnior, foi a cara da marca por anos. Essa mesma fórmula é usada no negócio atual, com a diferença que o mercado hoje é mais competitivo.

A linha Assolan cresceu, mas Júnior não teve o mesmo êxito com outros produtos. Em 2006, partiu para aquisições de empresas de vários segmentos. No começo do ano passado, juntou diversas marcas sob o mesmo guarda-chuva e batizou a nova companhia de Hypermarcas. A grande tacada foi a compra da DM Farmacêutica, em junho de 2007. A Hypermarcas pagou US$ 650 milhões para levar para casa marcas como Gelol, Doril e Monange. Parte desse valor veio de um fundo de investimentos mexicano, que ficou com 30% da Hypermarcas.

A associação com os mexicanos revela um traço da personalidade do empresário. Segundo uma fonte ligada a ele, Júnior se associou ao fundo porque não gosta de se endividar.

A Hypermarcas é o negócio de maior visibilidade do empresário. Mas não é o único. No primeiro trimestre deste ano, o ex-dono da Arisco se associou a Esteban Malpica, Alfredo Harp Helu e Roberto Ramirez, antigos donos do Banco Nacional do México, para criar a Bramex. Trata-se de uma incorporadora imobiliária que ainda tem como sócia a Stan, de imóveis de alto padrão.

O empresário também tem negócios na área de mídia. É dono de algumas retransmissoras de TV, área que ele investe até hoje.

Fonte: Agência Estado - 07/02/08

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