Arnaldo Rabelo

05 novembro 2007

Aposentaram o fogão, vender comida pronta é bom negócio

(Luiz Alberto Marinho)

Em todas as partes do mundo as despesas das famílias com alimentação fora do lar crescem a olhos vistos. Estima-se que no Brasil o setor tenha aumentado 2 vezes e meia nos últimos 10 anos. Nos EUA, esse mercado também está em franca expansão. Afinal, por que tanta gente resolveu aposentar o fogão? A resposta é simples: mais pessoas trabalham fora, especialmente mulheres. Além de almoçar perto do emprego, esse pessoal chega cansado em casa, sonhando com distração e não com panelas.

Para você ter uma idéia, há 50 anos apenas 25% dos gastos dos americanos com alimentos, incluindo compras em supermercados, eram absorvidos por restaurantes e lanchonetes. Hoje esse total chega perto de 50%. Tem mais - segundo pesquisa do NPD Group, somente 40% dos pedidos são consumidos nas lojas. Os outros 60% são entregues nas residências e escritórios.

O fenômeno do delivery também se repete por aqui, embora em menor escala. Pesquisa realizada em 2005 pela ECD, uma consultoria especializada em food service, mostrou que 46% das vendas das redes de fast food brasileiras são encomendas para viagem. O detalhe é que 58% desses pedidos são feitos após as 19 horas. Isso significa que muita gente delega a tarefa de preparar o jantar para lanchonetes de comida rápida. Já nos restaurantes, o percentual de entrega em domicílio representa apenas 12% das refeições vendidas. Considerando que 85% dos pedidos para delivery são realizados aos sábados e domingos, fica fácil deduzir que as folgas das empregadas domésticas nas residências de melhor poder aquisitivo e o desejo das donas de casa de aproveitar melhor o fim de semana impulsionam o segmento de alimentação fora do lar.

O potencial desse mercado não passou despercebido para investidores atentos às oportunidades no Brasil. A confeitaria Brunella e a cadeia de restaurantes Viena foram adquiridas por um grupo americano e o GP Investments abocanhou 40% da rede de churrascarias Fogo de Chão. Tudo indica que negócios parecidos estão prestes a pipocar por aí, num claro sinal de que o setor deve se profissionalizar e mudar de cara rapidamente em nosso país.

Fonte: Blue Bus - 05/11/07

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