Arnaldo Rabelo

07 julho 2007

Classe média brasileira deve dobrar até 2015

Uma revolução está prestes a ocorrer no equilíbrios dos mercados mundiais. Um estudo publicado nesta segunda-feira, 2, pela Goldman Sachs aponta que o surgimento de uma nova classe média no Brasil, China, Índia e Rússia - o chamado BRICs - irá transformar o comportamento de empresas em todo o mundo. Segundo o levantamento, o número de pessoas vivendo com mais de US$ 3 mil por ano irá dobrar no Brasil e na Rússia até 2015, informou a Agência Estado.

Na China, essa camada da população irá se multiplicar por dez. Na avaliação da Goldman Sachs, em 2030, os grandes países emergentes irão se equiparar em termos de PIB ao mundo desenvolvido.

Economistas apontam que, de fato, o peso das economias emergentes vem crescendo. Em 1991, os países ricos representavam 89% do PIB mundial. Em 2007, essa proporção já caiu para 75%. Entre 2000 e 2005, o PIB dos BRICs subiu de US$ 3,6 trilhões para US$ 4,9 trilhões, 15% do PIB dos países ricos. Até 2010, a projeção é de que o PIB dos emergentes chegue a US$ 8,6 trilhões. Já em 2030, a paridade entre ricos e emergentes ocorreria, com a superação já prevista para 2035.

Na realidade, a China já começa a superar algumas das economias tradicionais. Em 2007, terá um PIB superior ao da Alemanha. Em 2015, superior ao do Japão e, em 2039, superará os americanos. Paralelamente a esse crescimento, a Goldman Sachs prevê um "aumento exponencial" da classe média nos mercados emergentes. Segundo o estudo, o maior aumento ocorrerá na Índia, onde o número de pessoas ganhando acima de US$ 3 mil por ano será multiplicado por 14 até 2015. Na China, o aumento será de dez vezes. Brasil e Rússia terão um aumento menor, mas ainda assim a classe média deve dobrar até 2015.

No total, 2 bilhões de novas pessoas vão passar a ter essa renda nos próximos 20 anos, o que exigirá que multinacionais redefinam suas prioridades. Hoje, o total de consumidores com renda superior a US$ 3 mil não passa de 200 milhões de pessoas nos países emergentes. Além disso, a população que ganha menos de US$ 2,00 por dia ainda chega a 2 bilhões de pessoas.

O impacto no consumo será significativo. No setor de alimentos, o Brasil e China não serão apenas os maiores produtores de carne, mas também serão importantes consumidores. Hoje, os dois países juntos já produzem 43% da carne mundial.

O consumo também deve ser afetado pelo uso do milho na fabricação de etanol. A demanda por minérios da China está entre as maiores do mundo. O país já é o maior consumidor de ferro, zinco, alumínio, cobre, aço e níquel.

Fonte: PEGN

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