Arnaldo Rabelo

09 janeiro 2007

Funcionários do BB protestam contra campanha

As empresas precisam ter consciência de que têm vários públicos de interesse, não só o consumidor final (e o cliente direto), mas também os acionistas, os funcionários, os representantes de vendas, o governo, organizações não governamentais, etc. A empresa tem uma relação de interesse com todos eles e deve investir na construção de relacionamento com cada um deles. Relacionamento não é monólogo, é diálogo. O que significa que não basta ter canais unidirecionais de comunicação. É preciso ouvi-los, entender seus anseios, suas expectativas, seus receios. Um exemplo do que pode acontecer quando isso não é bem realizado é dado pela notícia abaixo.
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Publicidade do Banco do Brasil vira motivo de protesto

Sindicato acusa "golpe" para tentar mudar nome da instituição. Fachadas terão cartazes colados para devolver nome original às agências.

O Sindicato dos Bancários de Brasília não aprovou a nova campanha publicitária lançada esta semana pelo Banco do Brasil e resolveu protestar. Desde terça-feira, mais de 300 agências do banco, em dez estados, foram "rebatizadas" com os nomes dos clientes. Nas fachadas em que antes se lia o nome do Banco, são vistas inscrições como “Banco da Ana”, ou “Banco do João”. A estratégia faz parte da campanha de marketing de fim de ano do banco e da pré-comemoração dos 200 anos do BB, que serão completados em 2008.

O protesto dos bancários acontece nesta quinta-feira (4 de janeiro), em frente ao Edifício. Depois do ato, serão colados cartazes em cima dos nomes das 'pessoas', substituindo por "do Brasil", em pelo menos dez agências da capital federal.

Segundo comunicado divulgado pelo sindicato, a estratégia de marketing é um "golpe" para tentar mudar o nome da instituição, como "quando tentaram mudar o nome para Banco Brasil". "A gente discorda porque descaracteriza o banco. Dá a impressão de um banco privado. O Banco do Brasil é dos brasileiros, e assim ele deve continuar", disse Miriam Fochi, diretora do sindicato e funcionária do Banco do Brasil.

O sindicato também condena os gastos feitos com publicidade "apenas para confundir a população". "Cabe perguntar: quanto se gastará para trocar os painéis das agências; para publicação nos principais jornais do país; em anúncios em rádios e televisão? Os responsáveis por essa “nova idéia” irão responder pelo prejuízo que estão causando a empresa?", pergunta o comunicado.

Segundo Paulo Rogério Caffarelli, diretor de marketing do Banco do Brasil, os dirigentes sindicais têm um entendimento equivocado quanto ao conceito da campanha. "Tem tudo a ver com o que estão defendendo", afirmou ele. O executivo negou que haja qualquer intenção de privatização na campanha. "A idéia é que o Banco do Brasil quer ser seu banco".

Caffarelli afirmou ainda que o banco vai procurar os representantes do sindicato para explicar o conceito da campanha. "Mas acho que deveríamos ter sido procurados por eles", disse.

Fonte: G1

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