A MTV Brasil vai deixar de exibir apenas videoclipes. Nascida há 16 anos justamente para exibir as versões visuais das músicas de sucesso, a emissora considera que o formato deixou de fazer sentido para a televisão.
Programas que só passam videoclipes, como o Disk MTV ou o Chapa Coco, vão sair da grade em 2007. "É um formato que está cada vez mais ligado ao mundo digital", diz Zico Góes, diretor de programação. Eles só irão ao ar se estiverem dando suporte a alguma atração. "Quando surgimos, em 1990, não havia outro lugar para assistir a videoclipes, e a programação era 90% baseada neles. Hoje, há uma abundância de opções."
O fato é que o clipe migrou da televisão para o computador e a MTV acompanhou esse movimento. Em setembro, a emissora lançou no Brasil o Overdrive, um site feito exclusivamente para usuários de banda larga que conta com 7 mil clipes musicais (até o fim do ano serão 12 mil), além de material produzido pelos próprios espectadores.
"A MTV deixa de ser um canal de televisão e passa a ser um canal", diz Góes. A idéia é se relacionar com o público de maneira múltipla, bem ao estilo do jovem do século XXI. Além da emissora em UHF, do Overdrive, do site tradicional e da revista MTV, a emissora prepara o lançamento da Rádio MTV, em janeiro.
O diretor geral do canal, André Mantovani, disse que as negociações para a compra de espaço numa rádio paulistana estão em estágio avançado. "Só falta assinar o contrato." O executivo não disse quanto tempo de programação da emissora será ocupada pela MTV. A idéia ganhou força após as transmissões do VMB 2006 pelas emissoras 89 FM, de São Paulo, Oi FM, do Rio de Janeiro, e Atlântida FM, de Porto Alegre. A intenção da MTV, no entanto, não é atuar por meio de parceria, e sim ter um endereço próprio no dial.
"O que eu posso dizer é que queremos provocar o mesmo efeito, no rádio, que a chegada da MTV provocou na televisão, em 1990. As pessoas vão ouvir e nos identificar imediatamente".
Mantovani disse que 2006 foi um ano de crescimento, embora a emissora tenha sido atrapalhada pela Copa do Mundo e pelas eleições. "É natural que as verbas migrem para canais que estejam relacionados a esses acontecimentos. Mas nossa equipe comercial ralou bastante e fechamos o ano com crescimento de 9% em faturamento".
A audiência dentro do público-alvo (jovens de 15 a 29 anos) cresceu 12%, segundo ele. Para 2007, ele prevê um avanço ainda maior, pois o mercado volta "ao normal" sem Copa do Mundo e eleições.
Arnaldo Rabelo
09 dezembro 2006
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