Arnaldo Rabelo

02 outubro 2010

O potencial de consumo da terceira idade

Em um artigo de Stella Kochen Susskind, presidente da Shopper Experience, ela diz não estar convencida que empresários e gestores brasileiros estão atentos ao consumo inclusivo, especialmente o dos consumidores com mais de 60 anos.

Veja um trecho do artigo:

Recebo diariamente relatos que comprovam o imenso despreparo e a falta de investimento no atendimento aos clientes idosos. Em muitos segmentos do varejo, a terceira idade é tratada como um “consumidor invisível”; comportamento que na minha percepção carece de lógica matemática. Há evidências demográficas que comprovam que o rápido processo de envelhecimento da população brasileira tem servido de alerta para novas demandas socioeconômicas a serem enfrentadas nos próximos 20 anos, quando os idosos serão 26% da população. A conclusão óbvia é que há um potencial significativo para a mudança de cultura em serviços e atendimento aos idosos.

As estatísticas são claras e mostram que o novo desafio do varejo é entender como o atendimento é conduzido atualmente, as principais falhas e as oportunidades de melhoria. Ao entender os anseios do cliente da terceira idade, o empresário pode reduzir as perdas nas vendas do presente, além de antecipar produtos e serviços que podem potencializar o desempenho no futuro. E por que investir nesse atendimento? De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o contingente de pessoas com mais de 60 anos ultrapassa 21 milhões (PNAD 2008) – número que supera a população da terceira idade em países como França, Inglaterra e Itália. No Brasil, os maiores de 75 anos já são 5,5 milhões. De 1998 a 2008, a proporção de idosos na população nacional aumentou de 8,8% para 11,1%, sendo que o número de paulistanos com mais de 60 anos subiu 35%, chegando a 1,3 milhão. Em 2030, de acordo com dados Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) a população de idosos será maior que a de jovens (de 15 anos a 29 anos) – 26% conta 23,4% respectivamente. De modo geral, a cada quatro pessoas, uma terá mais que 65 anos.

Esses números podem ser traduzidos por uma frase simples: “enorme potencial de vendas”. Ao compararmos a taxa de atividade profissional das mulheres idosas brasileiras com a de países europeus, por exemplo, vemos que Brasil, México e Argentina se destacam com uma taxa em torno de 20%. No Estado de São Paulo, dados atestam que 63% dos idosos viajam, no mínimo, uma vez por ano. Com esse potencial de negócio impulsionado pelo aumento da população com mais de 60 anos não há explicação lógica para não investir no atendimento adequado e na criação de produtos dedicados a essa faixa etária.

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Veja na íntegra aqui.

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