Arnaldo Rabelo

06 maio 2009

Apoiado na classe C, consumo nacional deve crescer

Dados do IPC-Target do Brasil em Foco 2009 apontam que, neste ano, o consumo da população brasileira deverá movimentar cerca de R$ 1,8 trilhão, com forte participação da classe C

Por mais que a crise econômica ainda seja um desafio - e um temor - para os negócios do País, o consumo dos brasileiros no ano de 2009 deverá aumentar, com grande destaque para movimentação de compras gerada pela classe C e por suas subdivisões.

A conclusão é resultado dos dados apurados pela empresa Target Marketing em relação ao IPC-Target do Brasil em Foco 2009, indicador do potencial de consumo da nação, que leva em consideração os 5.565 municípios do País.

De acordo com a pesquisa, o consumo dos brasileiros neste ano irá superar a marca de R$ 1,863 trilhão, o que aponta para um crescimento das despesas familiares superior em 1,6% à própria projeção de crescimento do Produto Interno Bruto Nacional (PIB). A expectativa de consumo é alicerçada em uma projeção de crescimento da população, que deverá alcançar o total de 191,5 milhões de habitantes até o final do ano.

A classe C deve aumentar a sua potencialidade de consumo, ampliando a sua participação no montante nacional. Mesmo dividida em subgrupos - como a classe C2 (que, em termos de renda, estaria mais próxima das classes D e E) e C1 (que se aproximaria da classe B) - a classe C, unida, deverá representar R$ 532,8 bilhões no total do consumo nacional. Considerando apenas o subgrupo de menor poder aquisitivo dessa classe, a movimentação gerada deverá ser de R$ 314,6 bilhões, o que corresponde a 17,8% do total do consumo nacional das áreas urbanas.

Por conta desse crescimento, a tradicional "classe média" deverá perder um pouco de espaço, já que passará a receber os representantes da classe C1, que passaram a deter um maior poder de consumo. Apesar disso, a força dessa fatia ainda é grande, devendo ser responsável por cerca de R$ 723,6 bilhões - o que corresponde a 41% de todo o consumo nacional.

Em termos de mobilidade social, a pesquisa aponta uma possível tendência de queda no poder de consumo das classes A2, B1 e B2, e aumento do poder das classes C1 e C2. Em relação á concentração por região, o Sudeste continua sendo a área onde mais se consome no Brasil, sendo responsável por 51,4% do total do consumo nacional. O Nordeste aparece na vice-liderança, respondendo por 18,8% do total do consumo, enquanto a Região Sul aparece em terceiro lugar, devendo gerar por 16,3% de todo o consumo do País neste ano. A região Centro-Oeste aparece em quarto lugar (7,8% de participação) e a Norte vem em quinto, com 5,7%.

Fonte: Meio & Mensagem - 29/04/09

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