"Estão destruindo o país. Setenta anos de industrialização estão sendo jogados pelo esgoto. O processo de substituição da produção local por importados está ganhando velocidade de cruzeiro. Um número cada vez maior de setores e de empresas estão parando de produzir, importam da China, Vietnã, Coréia e vendem como se fosse produção própria". O comentário é de Luís Nassif, jornalista, no seu blog, 18-05-2007.
Ele escreve:
"Esse truque esconde a queda de produção doméstica. Essas pesquisas otimistas que aparecem de vez em quando captam apenas o resultado final da empresa. Não captam o que está acontecendo na cadeia produtiva. A cada dia diminui o componente de valor agregado desses produtos – isto é, do que cada empresa acrescenta ao produto.
Isso significa menos emprego hoje. Significará menos emprego amanhã. Significará abdicar de qualquer veleidade de inovação, de agregação de valor, de melhoria na qualidade da mão de obra. É a pá de cal nos sonhos de várias gerações de que poderíamos criar uma nação rica e justa. É um processo infernal , em que se aliam o mercado esperto e uma opinião pública que despreza qualquer forma de trabalho produtivo.
Acompanhei durante anos esse processo de construção de arranjos produtivos, a maneira como vários setores formados por pequenas e médias empresas foram crescendo, se modernizando, os que desapareceram com as loucuras de Gustavo Franco e os que resistiram e reiniciaram a dura caminhada da reconstrução.
Foi um amplo esforço nacional para conseguir driblar o ambiente irrespirável, concentrador de riqueza, fulminador de trabalhos e empregos. Está tudo rodando".
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Veja também uma coletânea de notícias dos últimos dias sobre a influência do câmbio nas indústrias exportadoras de bens de consumo em: "Brasil Exporta Empregos".
Arnaldo Rabelo
18 maio 2007
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